Por Rodrigo Da Silva
O falecimento de Pelé na quinta-feira (29) trouxe muitos questionamentos ao futebol brasileiro. Um dos mais debatidos é sobre a aposentadoria da camisa 10 no Santos, imortalizada pelo Rei. Nesta sexta-feira (30), Zico conversou com o ‘Seleção SporTV’ e não mostrou ser favorável a essa ideia, muito popular em ligas americanas como NBA (basquete) e NFL (futebol americano).
“Não sou muito favorável não porque eu acho que isso é uma referência para o atacante, é um prazer muito grande você poder usar a camisa do cara que você admira, um cara que foi importante. Eu sempre fui contra essa questão de aposentar as camisas, tem muito feito para o clube, para as entidades, mas eu não acho legal, porque se tivessem feito isso, eu um dia não teria o prazer de vestir a camisa do Rei Pelé” - explicou o Galinho.
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No Brasil, não é algo comum. Por exemplo, o Palmeiras ‘retirou’ o número 12 para homenagear Marcos, mas limitou apenas o goleiros. Lateral, Mayke usou o número sem problemas pelo alviverde na última temporada. Em outros países a situação é diferente. Manchester City (Marc Vivian Foé - 23), Inter de Milão (Javier Zanetti - 4) e Milan (Paolo Maldini - 3) proibiram definitivamente os usos das camisas.
“Acredito que muitos jogadores que não vão jogar no nível do Pelé, mas fizeram história no futebol. Imagina se o pessoal ficasse tirando tudo que é número, que é camisa. Eu senti isso, ainda bem que a 10 da Seleção já estava mais amaciada pelo Rivellino quando eu peguei, não foi direto do Pelé. Mas tiveram outros que sofreram com a camisa e comparações. Se você não tiver a cabeça boa, não consegue. É muita pressão em cima. O jogador tem que saber conviver com isso. Então, eu não sou a favor da aposentadoria de número de camisa, não” - finalizou Zico sobre o assunto.
Depois de iniciar a base no Bauru Atletico Clube em 1952, o Rei do Futebol se mudou para o Santos quatro anos depois e só saiu duas décadas depois. Antes de fechar a carreira de forma definitiva, o gênio da pelota topou um último desafio e vestiu a camisa do New York Cosmos (EUA). Seu outro manto era o da Seleção Brasileira, que defendeu por 114 jogos.
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